Viridiana (Idem, Luis Buñuel, Espanha, 1961)
A vocação religiosa talvez nunca tenha sido tão defenestrada quanto em Viridiana (Espanha, 1961), clássico do mestre Luis Buñuel. Em meio a ansiedade experimentada nos dias que precediam a celebração dos votos que lhe permitiriam a almejada entrada para o convento, a personagem-título vê seus sonhos ruírem após receber a falsa revelação de que teria sido violada durante o sono.
Acreditando em tal mentira, Viridiana reconhece-se impedida para a transformação em freira, o que, contudo, não lhe retira o desejo de prestar ajuda ao próximo, razão pela qual a mulher acolhe em sua casa um razoável número de desabrigados, num ato de assistencialismo que no futuro se volta contra a mesma quando acaba sendo abusada por aqueles mesmos a quem ajudara antes.
Desiludida com o homem e com a própria crença em Deus, Viridiana se entrega ao pecado quando cansada de lutar contra a natureza amarga dos que lhe cercam cede às súplicas carnais de um primo que a insere num subentendido ménage-a-trois.
Hoje às 19 horas
ENTRADA FRANCA
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