Dando prosseguimento à serie de debates sobre mobilidade social e futuro das cidades, o Improviso Oxente realizado nesta quarta-feira (21), na Casa dos Artistas, trouxe a experiência de quatro ativistas comunitários com larga experiência. Paulo Emílio, Roberto Corsário, Vandilson Gomes e “Seo” Barreto, todos de Ilhéus, fizeram relatos de suas vivências nas associações dos bairros onde residem.
Paulo Emílio falou sobre as dificuldades enfrentadas pela associação de moradores de Vila Juerana - onde ocupa a função de membro do conselho fiscal - que sofre represálias da prefeitura, por ter se colocado contrária à implantação do Porto-Sul. Ele lembrou a organização do Festival de Guaiamum, realizado este ano, que só ocorreu devido ao esforço desmedido da comunidade. “Não aceitamos o patrocínio da mineradora, por isso, até o palco que já estava montado, a prefeitura mandou retirar. Mesmo assim, o evento foi um sucesso”.
Vandilson Gomes começou sua trajetória à frente da associação do Alto do Basílio em 1991, quando tinha 19 anos, época em servia ao tiro de guerra. Preside a entidade pela quarta vez e destacou os 22 processos que responde, no judiciário, adquiridos na luta constante em defesa do seu bairro. “Nosso trabalho já rendeu uma ação civil movida pelo ministério público contra a prefeitura, devido ao estado de abandono do cemitério do Basílio. Inovamos ao realizar reuniões em cada rua, diminuindo a distância entre a diretoria e os moradores.
Roberto Corsário (conselho fiscal Hernani Sá) destacou seu grande feito, em 2000, quando ele reativou a entidade. “A eleição anterior foi impugnada na justiça, por isso, a comunidade pensava que havia um impedimento legal para uma nova disputa. Indo ao fórum, eu descobri que não havia problema nenhum, pois o grupo que recorreu havia retirado a ação. Depois daí, a associação voltou com mais força, e já tivemos 4 eleições”.
“Seo” Barreto, inspiração do espetáculo “Nazareno Contra o Dragão da Maldade”, narrou o surgimento da Vila Nazaré, graças à iniciativa dos primeiros habitantes, que decidiram invadir uma área que dava acesso à antiga estrada Ilhéus-Itabuna. “Lá só tinha dois moradores, um estivador e um doido chamado Queiroz. Eu perguntei ao doido quem era o dono daqueles terrenos, ele me disse que era ‘de quem quiser morar’. Eu fui o primeiro a seguir o conselho. e levantei minha morada com papelão, telhas de eternit e madeira velha. Depois de 48 horas, já tinha mais de 80 pessoas levantando suas casas, muitas de barro. A polícia e a guarda municipal tiveram lá várias vezes. Desmontavam nossas casas, davam tapa e até tiro, mesmo assim nós insistimos e estamos lá até hoje”.
Na próxima quarta (28), às 19:00 horas, o Improviso Oxente receberá o chefe de gabinete da prefeitura de Ilhéus, José Nazal, o presidente da fundação cultural de Ilhéus, Maurício Corso, e o secretário executivo da AMURC (associação dos municípios da região cacaueira), Vivaldo Mendonça. Os três discorrerão sobre a importância dos conselhos municipais na promoção da cidadania.
Na próxima quarta (28), às 19:00 horas, o Improviso Oxente receberá o chefe de gabinete da prefeitura de Ilhéus, José Nazal, o presidente da fundação cultural de Ilhéus, Maurício Corso, e o secretário executivo da AMURC (associação dos municípios da região cacaueira), Vivaldo Mendonça. Os três discorrerão sobre a importância dos conselhos municipais na promoção da cidadania.
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