quinta-feira, 7 de maio de 2009

Improviso, Oxente! aborda Condenação de Galileu Galilei

Dando prosseguimento às discussões sobre astronomia, o último tema do projeto de debates Improviso, Oxente! foi a condenação de Galileu Galilei. O encontro aconteceu na última quarta-feira (06), na Casa dos Artistas de Ilhéus, e teve como convidado o professor Marcelo Moschetti, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). “Em abril, as discussões enfocaram o lado científico e os avanços tecnológicos, inclusive com observações do céu. Neste mês, abordaremos mais o universo filosófico”, informou o diretor do espaço cultural, Romualdo Lisboa.

Em sua explanação sobre os motivos que levaram a Santa Inquisição a condenar o físico italiano, no século XVII, o professor Marcelo Moschetti fez um apanhado histórico sobre a vida de Galileu. “Ele foi professor dos príncipes da Toscana e amigo do cardeal Barberini, que veio a se tornar o papa Urbano VIII, responsável pela sua sentença”, informou o pesquisador.

Ao longo da sua fala, o convidado do último Improviso, Oxente! explicou que a notoriedade de Galileu Galilei aumentou após ele ter inventado o telescópio, cuja base foi uma luneta de um fabricante de lentes holandês. Após publicar suas observações, quando disse que os astros não eram esferas perfeitas e defendeu a legitimidade da teoria de Copérnico, determinando que a Terra e os demais astros giravam ao redor do Sol, o cientista contrariou a Igreja Católica. Segundo o professor Marcelo, “Galileu popularizou suas descobertas, escrevendo livros em italiano, ao invés de latim, língua que a maioria do povo não entendia”.

Com a fama de suas teorias contraditórias às determinadas pela Igreja, Galileu teve uma condenação exemplar, a fim de desestimular outros pensadores, mas sem ofender as autoridades que protegiam o cientista. “A Inquisição o condenou à prisão domiciliar, a rezar e também a negar sua teoria”, disse o convidado do Improviso, Oxente! Diferente de outros que acabaram na fogueira, a pena de Galilei foi considerada leve, já que sua residência era uma vila confortável, sua filha ficou responsável pelas rezas, além de estar cego e com 70 anos.

Além das explanações do convidado e das perguntas do público, o projeto de debates da Casa dos Artistas também foi pontuado por intervenções artísticas. A banda responsável pela trilha sonora da próxima montagem do grupo Teatro Popular de Ilhéus, A Vida de Galileu, foi responsável pelo som que intercalava as discussões. Na última noite, houve também a improvisação das atrizes Tânia Barbosa, Lu Nunes, Larissa Paixão e do ator Guilherme Bruno. Eles encenaram um diálogo entre a ética, o povo, a ciência e o capital.

Com entrada franca, as discussões sobre Galileu Galilei e a astronomia acontecem todas as quartas-feiras às 19 horas e contam com a parceria com o Grupo de Astrofísica da UESC. A próxima convidada será a professora Maristela Toma, que falará sobre o tema: Monstros no imaginário das navegações.
Fotos: Felipe de Paula

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